segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Filha querida: João Candido cria diário

Diário em rede social faz 'arquelogia da saudade' e revela a grandeza do amor entre pai e filha

Foi uma tragédia que causou comoção nacional. No dia 23 de março, Maria Candida Portinari, 16 anos, linda, jovem e inteligente, neta do pintor Candido Portinari, entrou na banheira de casa, no Rio de Janeiro, e não saiu mais do banho. Um vazamento de gás a intoxicou. Foi fatal.
“Em vinte minutos, a vida de minha filha estava perdida. E a minha também”, diz hoje João Candido, pai de “Pinguinha” e único filho do grande pintor que Brodowski revelou para o mundo.

Foi muito doloroso também para Maria Edina Portinari, mãe da menina. João e Maria se uniram, então, para superar a tragédia pessoal e familiar.

Para um homem de notoriedade internacional, mentor do megaprojeto Guerra e Paz, que trouxe os painéis de Portinari de volta para o Brasil, este foi também um momento de pausa forçada.
João Candido interrompeu o trabalho de divulgação do pai e do Projeto Portinari para buscar, em todos os lugares, mas principalmente dentro de si mesmo, resquícios, mensagens e pedaços da filha ausente.

Diário aberto
É aí que entra a rede social. João Candido passou a postar no Facebook um diário que chamou de arqueologia da memória. Ou arqueologia da saudade.

Recuperou arquivos, fotos, vídeos, filmes, cartas, desenhos e lembranças da filha para postagens generosas, em que dividiu, com os amigos, mensagens, sensibilidades e declarações de Maria Candida, a sua “Pinguinha”. “Fiz isso pela necessidade de extravasar uma dor absurda, impensável”, conta ele, por telefone.

Na verdade, foi também a forma que João Candido encontrou para manter Pinguinha viva e apresentá-la a centenas de seguidores de sua página pessoal no site de relacionamentos. E, também, de sobreviver, aos 74 anos, apesar do desespero e da saudade.
Entre as mensagens que recebeu estava a de um suicida que desistiu de se matar. A morte da menina fez com que ele percebesse o valor da vida.

Repercussão
A cada postagem, dezenas de amigos e também de gente desconhecida que passou a acompanhá-lo nestes 140 dias de dor, dão o alento necessário para que ele siga.

Esses amigos virtuais postam músicas, flores.. Até dos Estados Unidos vem mensagens “in box”, um canal de comunicação fechado, com psicografias de cartas que trazem a assinatura da filha.
Professor e PHD em matemática, homem de formação racional, João ainda não tem certeza se as manifestações são legítimas.

Mas se emociona com experiências que teve ao lado de espiritualistas, entre eles o ator Carlos Vereza, em que sentiu fortemente a presença da filha. “Foi uma corrente de amor que se formou”, diz, comovido.
O lado racional, no entanto, ainda é muito forte: “Não preciso de intermediários para falar com minha filha”, diz.

Andanças
De fato, João e Maria tem buscado e encontrado Pinguinha em toda a parte. Em casa, em Madri, em Cascais e Lisboa, em Paris e também em Assis. Foram experiências fortes, relatadas no Facebook, em que sinais muito claros evocaram a presença dela.
Maria Candida está também do carro de João.
“Hoje mesmo, assim que liguei o rádio, a voz de uma criança cantava Alecrim Dourado...”
Era esta a música que Pinguinha cantava pequenininha. Alguém duvida?

Cinzas e comunhão
No dia 31 de julho, quando Maria Candida completaria 17 anos, João e Maria Portinari reuniram em casa os amigos de escola da menina.

O padre que batizou Pinguinha foi chamado para rezar uma missa na casa do condomínio em São Conrado.

Fizeram então, numa cerimônia tocante, a dispersão das cinzas de Pinguinha. Na hora da Eucaristia, João Candido, que nunca foi católico praticante, levantou-se para comungar, num impulso irresistível. A mulher o deteve: “você não pode, não fez primeira comunhão!”, lembrou Maria.

Ao que o padre respondeu: “Pode sim, venha, João Candido! Você vai fazer sua primeira comunhão agora”.

Fonte: Jornal A Cidade - Rosana Zaidan
http://goo.gl/ZdLyPw


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Casal antecipa casamento para que filho com leucemia possa participar
Menino de 2 anos já perdeu rim e médicos deram semanas de vida.
Pais terão cerimônia de casamento no próximo sábado nos EUA.

Um casal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, resolveu antecipar em cerca de um ano seu casamento para garantir que seu filho de 2 anos que sofre de leucemia possa participar da cerimônia e fazer o papel de padrinho do pai. A cerimônia será realizada neste sábado (3).

Logan Stevenson, de 2 anos, é filho de Sean Stevenson e Christine Swidorsky. Em tratamento contra a leucemia e outras complicações, o menino já teve um dos rins retirados e tem uma massa no remanescente.

Na semana passada, médicos disseram que o menino teria mais duas ou três semanas de vida. “Queremos Logan nas nossas fotografias de família, e queremos que ele veja seu pai e sua mãe se casando”, afirmou Christine.



Fonte: G1
01/08/2013